O que fazemos com o celular lanterninha que foi trocado por um
Iphone? Com a TV de plasma antiga que não funciona mais e foi substituída pela
de LCD? Com o mouse que não funciona mais? Com o pen drive infectado por lixo
virtual e não grava mais nada? Ou mesmo com aquele aparelho de fax antigo que
entrou em desuso?
Alguns guardam em um quarto em casa cheio de coisas velhas e
inutilizadas, outros vendem para assistências ou recicladoras, alguns trocam
por acessórios, e há quem descarta nos pontos de coletas de material eletrônico
de acordo com sua especificidade e ainda quem descarta no lixo comum!O
grande problema reside nesse descarte indiscriminado, assim como o lixo
hospitalar tratado na última postagem.
Segundo
o PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, idealizado pela ONU (Organização
das Nações Unidas), anualmente são descartas 48,8 milhões de toneladas de lixo
eletrônico e as projeções sugerem aumento em torno de 400% a 500%.
O
lixo eletrônico (e-lixo) ou resíduo de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) são
aparelhos eletrônicos que deixam de ser úteis por estarem defeituosos ou obsoletos.
Corresponde desde objetos de pequeno porte como mouses, HD’s externos, baterias
de celulares e notebooks, teclados, tablet, celulares, até portes maiores como
TV’s, computadores de mesa, notebook, monitores, no-break’s e etc.
Elementos Químicos de um Celular |
Conforme
destacado na imagem acima, o lixo eletrônico pode conter inúmeros elementos químicos
das mais diversas naturezas que impõem ou não sérias consequências para o meio
ambiente e ao ser humano. Alguns destes elementos possuem alto teor de
reciclagem, por exemplo, o ferro, o estanho, o zinco, o ouro, o cobalto, mas há
outros que não podem ser reciclados, como o titênio, o cádmio, o mercúrio, o
arsênio, a sílica e por si só representam grandes componentes tóxicos.
No
meio ambiente, as repercussões são similares às discutidas no 01º (primeiro)
post sobre contaminação aquífera, em que os resíduos despejados em lixões ou
aterros não controlados podem contaminar o solo, os lençóis freáticos e o ar e
chegar até o ser humano. Outro ponto é resultante da interação entre estes
elementos e a flora e a fauna, ocasionando mortes de centenas de animais, e
devastação da vegetação nativa.
Na tabela abaixo encontram-se
os principais elementos químicos tóxicos presentes no lixo eletrônico e suas
repercussões no organismo, de acordo com o levantamento feito em São Paulo. (MUTIRÃO
DO LIXO ELETRÔNICO, 2008).
Destacadas as inúmeras repercussões patológicas dos elementos, é
importante salientar qual o processo e tratamento adequado para estes resíduos
e qual a nossa contribuição enquanto indivíduos responsáveis para o bem estar
geral.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, já destacada na 01ª
(primeira) postagem, empresas que produzem materiais perigosos ao meio ambiente
têm a obrigação de realizar a logística reserva. Além disso, essas empresas devem
declarar dados periodicamente tanto para prefeituras como para a defesa civil e
órgãos responsáveis de fiscalizar esse lixo a respeito do que estão fazendo com
o lixo que não pode ser reciclado.
A logística reversa consiste em pontos de coletas que recebem os resíduos
a serem descartadas, isentando em parte a obrigação do consumidor de destinar
um fim específico. Após recolhidos, a empresa geralmente faz uma desmontagem
separando o resíduo em estruturas menores (quando possível), e posterior
tratamento eliminando ou minimizando seus efeitos tóxicos, ou ainda o
reencaminhamento para ser re-utilizado como insumo de novos produtos.
A China, o país que mais produz lixo eletrônico, possui uma cidade
conhecida como capital da reciclagem tecnológica, chamada Guiyu, movimenta
cerca de US$ 600 milhões ao ano na reciclagem de resíduos do mundo inteiro e emprega
pelo menos 80 mil de seus 130 mil moradores na atividade, representando um
papel social da reciclagem para essa população, sem contar os trabalhadores
informais.
Assim como o Brasil, a China possui legislação específica para a
proteção do meio ambiente, porém as normas vigentes não são aplicadas a risco. Um
morador de Guiyu destacou que os resíduos resultantes são jogados no rio,
trazendo drásticas mudanças: “Lembro que
na frente da minha casa tinha um rio. Era verde e a água era clara e bonita. Agora,
é preta".
É importante salientar a influência do capitalismo sobre o lixo eletrônico,
pois a cultura capitalista induz que você necessita sempre do mais moderno e
tecnológico para ser aceito socialmente, e então o indivíduo troca sua
tecnologia “antiga”, por uma “nova” até que em poucos meses criem uma mais “nova”
e o ciclo de descarte continua aumentando cada vez mais e inversamente, as
empresas tentam insentar-se de manter postos de coletas destes resíduos,
provocando o descarte indiscriminado.
Neste ciclo repetitivo, o cidadão possui um papel indispensável no
descarte apropriado do resíduo eletrônico, mas como principal obstáculo, ele
não encontra subsídios (pontos de coleta) para cumprir o seu direito social, obrigando-o
muitas das vezes à descartar junto com o lixo comum. Ainda sim, é indispensável
reivindicar junto aos órgãos competentes a exigência de condições mínimas para
o descarte adequado!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MUTIRÃO DO LIXO ELETRÔNICO. Secretaria do Meio Ambiente. Governo
do Estado de São Paulo. 2008. Disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/mutiraodolixoeletronico/perigos.htm
PROJETO: LIXO ELETRÔNICO: Conscientizar, reaproveitar e reciclar.
Centro de Educação Superior do Alto Vale do Itajaí – CEAVI. Disponível em http://nti.ceavi.udesc.br/e-lixo/index.php?makepage=projeto
Acesso em 01 Nov 2014.
EcoD Básico: Lixo Eletrônico. Disponível em http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ecod-basico-lixo-eletronico
Acesso 01 Nov 2014
Cidade chinesa de Guiyu recicla lixo eletrônico do mundo todo.
Disponivel em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/10/cidade-chinesa-de-guiyu-recicla-lixo-eletronico-do-mundo-todo.html
Acesso 01 Nov 2014.
Atualmente é notável o grande aumento da fabricação e consumo de bens tecnológicos. A população está cada vez mais interessada em adquirir aparelhos que possam facilitar a sua vida. Com a evolução tecnológica acontecendo cada vez mais rápida, os consumidores acabam acelerando o processo de troca dos seus equipamentos por mais modernos, dando origem assim aos lixos eletrônicos. Estima-se que no mundo, todo ano, são descartados mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Estão incluídos computadores, celulares, pilhas, baterias, máquinas fotográficas, impressoras, aparelhos de som e vídeo, CDs, DVs, TVs e outros tantos aparelhos eletrodomésticos. A maioria desses aparelhos são basicamente fabricados em plástico, produto que demora séculos para se decompor na natureza. Pior ainda são as substâncias altamente perigosas para o ser humano contidos nos produtos, como o chumbo, o mercúrio, zinco, cádmio e manganês, mostrado no quadro da postagem. Estas substâncias, além de perigosas ao ser humano, penetram na água e emitem gás carbônico, que piora ainda mais o efeito estufa do mundo. Logo, é importante fazer o descarte correto desse lixo. O problema é que nem as entidades governamentais estão preocupadas com o destino final desse lixo, como foi mostrado no texto. Portanto é necessário uma maior pressão por parte da população afim de estimular os governos a fazerem a coleta e o despejo correto desses lixos, bem como a conscientização também da população, evitando assim problemas à saúde da população bem como a preservação do meio ambiente!
ResponderExcluirfonte:http://sociedade-capitalista.blogspot.com.br/2011/11/o-lixo-eletronico-no-contexto-social.html
Esse é um aspecto muito importante, já que essa é uma categoria de lixo que tende a crescer. Isso se deve principalmente a estratégias de vendas da empresa que coloca no mercado produtos com vida útil abaixo do possível, ou que em um tempo pré-determinado deixará de "estar na moda", e acabará por entrar em desuso. É o que se chama de obsolescência programada. Um exemplo foi o lançamento do ipad 4, apenas 7 meses depois do lançamento do 3. A grande produção de eletro-eletrônicos demanda energia que o planeta daqui a alguns anos pode não suprir. Além disso, o lixo tecnológico contém metais pesados que são deletério ao meio-ambiente e ao homem. Eles podem se acumular e afetar processo biológicos mesmo em baixas quantidades.
ResponderExcluirVisto isso, é necessária uma intervenção mais enfática do descarte feita pelo governo, e não "joga pra cá, joga pra lá" como visto no vídeo.
Postagem interessantíssima! Afinal de contas, quem nunca atirou uma pilha no lixo?
ResponderExcluirÉ realmente importante enfatizar a legislação existente e o destino desse resíduo tecnológico, que tende a crescer cada vez mais, o perigo existe e o que o difere de grande parte do lixo comum é o fato de não serem degradáveis a curto e médio prazo e assim como exposto, possuírem grande quantidade de metais pesados, o que pode gerar um prejuízo enorme a saúde caso contato e certamente ao meio ambiente, aonde esse lixo é depositado. A alternativa viável é certamente a reciclagem. Mas ao lixo que não é reciclado, qual é o destino dado? Os países em desenvolvimento são o destino de 80% do lixo eletrônico produzido nas nações ricas, mas carecem da infraestrutura, de tecnologias de reciclagem apropriadas e da regulamentação legal para absorver essa vasta quantidade de detritos.
Essa é uma das conclusões de um relatório divulgado nesta sexta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo afirma que está havendo um aumento rápido na geração de lixo eletrônico doméstico produzido na China, no Leste Europeu e na América Latina. Um total de 40 bilhões de toneladas de lixo eletrônico é produzido anualmente. Estima-se que 70% dos produtos eletrônicos descartados e exportados todos os anos vá parar na China e que esta proporção estaria aumentando. Muitas vezes, esse lixo exportado para a China é reexportado para outros países do Sudoeste asiático, como Cambodja e Vietnã.
Referências:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/01/130118_lixo_eletronico_bg.shtml
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/africa-nao-quer-mais-a-importacao-de-lixo-eletronico/
Obrigado por abordar um tema que havia proposto para nossas discussões semanais.
ResponderExcluirO fato é que os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) (celulares, computadores e afins) são compostos basicamente por materiais poliméricos e metálicos. Apresentam em sua constituição metais pesados e outros componentes, como os retardadores de chama bromados, que ao serem descartados no solo, em aterros ou lixões, podem causar danos graves ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Quando o lixo é depositado em aterros não controlados há a possibilidade de ocorrer a lixiviação destes metais para o solo e para as águas subterrâneas e superficiais, propiciando a contaminação aquífera, como falado no primeiro post. A incineração destes materiais também não é aconselhada, pois leva à emissão de poluentes no ar. Por exemplo, a queima de PVC libera toxinas como dioxinas e furanos, que podem afetar o homem alterando suas funções hormonais ou, ainda, contaminando o leite materno.
Os metais pesados presentes principalmente nas placas de circuito impresso dos computadores, tais como mercúrio, chumbo, cádmio e arsênico, são altamente tóxicos.
É evidente que o capitalismo tem difundido uma ideologia de massa consumista, que interfere nos hábitos de consumo das populações contemporâneas, o que prejudica a saúde das populações, como a contaminação por chumbo, metal presente na maioria dos resíduos eletrônicos, e que está relacionado com o desenvolvimento de patologias mentais, como a perda do filtro social, a esquizofrenia e os comportamentos criminais, por conta da diminuição do lobo frontal. O íon se acumula ainda nos ossos, interferindo nas concentrações de cálcio, e que repercutirá na saúde dos idosos, principalmente.
Faz-se necessária uma intervenção positiva dos órgãos competentes, principalmente no desenvolvimento de medidas sustentáveis e de reciclagens de produtos, sobretudo por meio de estímulos dos setores responsáveis.
FONTE:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422012000700035&script=sci_arttext
É muito importante discutir o destino do lixo eletrônico, já que muitos que conhecem os problemas que este pode trazer não dão um tratamento especial a esse lixo, e um número ainda maior não sabe do que se trata o assunto.
ResponderExcluirEmpresas de tecnologia oferecem centrais de recolhimento de resíduos eletrônicos, apesar de poucos conhecerem.
Ocorre grande aumento do descarte de eletrônicos principalmente quando surgem novas tecnologias, como o aparecimento do blu-ray em substituição ao DVD.
O post foi muito interessante ao destacar a capacidade tóxica de cada metal e o exemplo de Guiyu.
"Os resíduos eletrônicos, também denominados de e-lixo (e-waste em inglês) são os vilões do momento. Eles nada mais são do que artigos eletrônicos que não podem mais ser reaproveitados, como computadores, celulares, notebook, câmeras digitais, MP3 player, entre outros. Quando você troca seu equipamento eletroeletrônico, saiba que ele poderá prejudicar o meio ambiente. Estes equipamentos são produzidos com substâncias nocivas, e uma vez descartados de forma incorreta em locais pouco apropriados como lixões e perto de lençóis freáticos tornam-se problemas ainda maiores. Para se ter uma ideia, os resíduos eletrônicos já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. Isso quer dizer que 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população do mundo. No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) lançou neste ano o primeiro centro de reciclagem focado apenas no lixo eletrônico. A princípio serão reciclados apenas equipamentos da própria universidade, mas em longo prazo o objetivo é abrir o centro para toda a população. "
ResponderExcluirFonte: http://www.tecmundo.com.br/teclado/2570-lixo-eletronico-o-que-fazer-apos-o-termino-da-vida-util-dos-seus-aparelhos-.htm
Ao olhar um computador, um celular e outros equipamentos externamente não temos a noção da diversidade de materiais que ele contém e que acabam indo parar no lixo, podendo contaminar a água do subsolo, o próprio solo e a atmosfera, caso sejam queimados. Para não provocar a contaminação e poluição do meio ambiente, o correto é fazer o descarte de lixo eletrônico em locais apropriados como, por exemplo, empresas e cooperativas que atuam na área de reciclagem. A contaminação no homem pode ocorrer pelo contato direto com os elementos químicos através da inalação ou toque. Algumas substâncias presentes no lixo eletrônico podem provocar distúrbios no sistema nervoso, problemas renais e pulmonares, câncer e outras doenças, podendo, inclusive, afetar o cérebro.
ResponderExcluirFonte: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/lixo_eletronico.htm
A cultura do descarte é tamanha que os produtos feitos atualmente já possuem uma certa fragilidade, isto é, apesar de se tornarem mais complexos, tornam-se também mais “fáceis” de quebrar para induzir o consumidor a procurar a nova versão do aparelho. Essa realidade é preocupante, pois o lixo a cada dia se acumula mais enquanto pouca reciclagem é feita.
ResponderExcluirEnquanto isso, países como o Japão realizam a reciclagem de metais e minerais valiosos das enormes reservas de equipamentos eletrônicos usados do país, como telefones celulares e computadores. "Nós literalmente descobrimos ouro em telefones celulares", disse Tetsuzo Fuyushiba, ex-ministro da terra, já que essa é uma atividade extremamente lucrativa.
O Brasil deveria seguir esse exemplo e começar a lucrar mais com o lixo que produz ao invés de somente deixa-lo acumular.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/japao+recicla+lixo+eletronico+em+busca+de+minerais+raros/n1237793145416.html